segunda-feira, 10 de maio de 2010

Trabalho infantil alastra em África devido à pobreza


No Mundo há 215 milhões de crianças sujeitas a tarefas laborais. Quase metade corre mesmo perigo físico.
A OIT divulga agora o seu relatório e lança um alerta que também soa a autocrítica. É que "houve um abrandamento no decréscimo" do fenómeno face às realidades detectadas quatro anos antes. "Isto pede uma campanha mais enérgica", admitem os tutores da campanha mundial lançada em 1992 e que estipulava o ano de 2016 como a meta em que "as formas mais graves de trabalho infantil sejam eliminadas". Em 2010, o documento da OIT admite que tal objectivo possa estar comprometido. Os números dizem respeito ao quadriénio 2004-08, em cujo começo havia 222 milhões de crianças "activas economicamente". No ano 2000, elas eram 245,5 milhões.
A África a Sul do Sara registou um aumento em números relativos e absolutos. Na região equatorial desse continente uma em cada quatro crianças trabalha e há mesmo um dos países, o Mali, em que metade das crianças estão sujeitas a tarefas "profissionais".

Agricultura é terreno fácil
É nas actividades agrícolas que predomina o recurso a trabalho infantil, confirma o relatório da OIT. Essa realidade corresponde a 60% dos casos detectados em todo o Mundo. A maior parte dessas crianças trabalha para a família, devido à situação de pobreza em que esta vive. "Temos de ir ao encontro das formas escondidas do trabalho infantil", alerta a OIT, confirmando que muitas destas situações "estão enraizadas na pobreza".
Segundo o relatório, a crise económica mundial estará a contribuir para que o trabalho infantil não decresça a ritmo mais acelerado, sobretudo nas formas mais pesadas. Mas, de acordo com o director-geral da OIT, "a desaceleração económica não pode ser desculpa". Muitas das crianças visadas no relatório trabalham à noite, em condições insalubres, com exposição a químicos, em alturas perigosas, debaixo de terra ou de água e sujeitas a maus-tratos.

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