terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Notícias AEFJN - Janeiro de 2010 - N.º 52


Testes mais rápidos e mais baratos para a despistagem da Tuberculose
Munyaradzi Makoni, Cape Town
http://www.scidev.net/

O Relatório Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2009 sobre a Tuberculose menciona que a África do Sul teve cerca de 460.000 novos casos de tuberculose em 2007 e calcula que 948 pessoas em 100.000 estejam infectadas. A epidemia de HIV/SIDA da última década criou um novo surto de Tuberculose na África subsariana. O diagnóstico desta doença foi lento, mas os cientistas parecem ter descoberto um sistema mais rápido e económico.
A tecnologia utilizada para a segurança nos aeroportos poderia levar ao diagnóstico da Tuberculose. O sistema desenvolvido pela África do Sul – TBX – capta imagens «digitais» de amostras de saliva de doentes e procura a marca estrutural da Tuberculose de modo idêntico ao que é utilizado nos scanners dos aeroportos para identificar explosivos. O sistema TBX consegue diagnosticar a Tuberculose em 24 horas. Não exige muito trabalho ao microscópio e por isso não requer grande especialização para a sua realização. O TBX funciona 24/24 horas e faz o trabalho microscópico convencional antes usado para a Tuberculose em laboratório – análise da saliva fresca dos pulmões ou de amostras em cultura –, o qual levava dias ou mesmo semanas para realizar um diagnóstico.
http://www.scidev.net/en/news/tb-diagnosis-boosted-by-faster-cheaper-test.html

Notícias Animadas sobre a transparência dos lucros das indústrias
A Oxfam América acabou de publicar um vídeo que, esperamos, seja uma maneira criativa de educar a população americana sobre a pequena parcela de lucros da indústria mineira destinada às comunidades locais. Este vídeo (Follow the Money) encontra-se na página principal do site da Oxfam America [http://www.oxfamamerica.org/] desta semana e pode ser vista através do link http://www.oxfamamerica.org/campaigns/extractive-industries/animated-short Trata-se de uma pequena viagem entre um posto de abastecimento nos EUA e uma aldeia africana. Deixe-nos o seu comentário! http://www.youtube.com/user/oxfamamerica#p/u/0/W-HMxFrpzu4

PWYP (Publish What You Pay) – Publique o que Paga – Plataforma da Tanzânia: Avança em 2010 a campanha de transparência sobre a riqueza
http://www.africafiles.org/database/www.fordia.org
Em 2010, a PWYP na Tanzânia tenciona levar a cabo pesquisas, reforçar a advocacia e promover as possibilidades de acção dos seus membros e do público em geral. O objectivo é levar o Governo a prestar contas. Algumas organizações da sociedade civil declararam, em Setembro de 2009, a sua intenção de estabelecer uma aliança nacional de PWYP para realizar e apoiar a campanha para a transparência na indústria de extracção. Os principais visados desta campanha PWYP são a indústria petrolífera, o gás, os minerais, a floresta (incluindo a fauna) e as pescas.
Tal como outros países africanos ricos em recursos, a Tanzânia tem sido até há pouco tempo invadida pelos Investidores Directos Estrangeiros (FDI - Foreign Direct Investors) e pelas Multinacionais que procuram lucro na extracção dos recursos naturais, em especial nos minerais, petróleo, gás, florestas e pescas, conhecidos por Indústrias Extractivas. O secretismo dos contratos, a opacidade, o mau governo e a espoliação de África por parte destas Indústrias, revelam a cumplicidade entre os industriais e os governos africanos em benefício de empresas e de investidores duvidosos. A Tanzânia não é excepção.

África do Sul: A concessão África-Congo: exploração ou salvação?
African Business/Pambazuka, por Khadija Sharife - 11 de Janeiro, 2010. In Africa business Magazine

Os sul-africanos chamam «o novo grande Trek» aos contratos de concessão de terras entre o Congo Brazzaville e a África do Sul, fonte de inúmeras discussões.
Calcula-se que, actualmente, mais de 30 milhões de hectares de cerca de 30 países africanos foram arrendados a um grupo de empresas e de governos, desde a China, que tem 1/5 da população mundial e apenas 8% de terra arável, até aos países do Golfo, ricos em petróleo mas pobres em água. Os contratos destas concessões de terra são muitas vezes feitos em segredo. No entanto, o African Business acaba de revelar que estes contratos autorizam muitas vezes o acesso gratuito a água, o repatriamento de lucros, a isenção de impostos e a possibilidade de os investidores adquirirem a terra sem custos, com poucas ou nenhumas restrições quanto aos alimentos exportados nem quanto à sua utilização; a contrapartida é uma vaga promessa de desenvolver as infraestruturas e os mercados. Os termos destas concessões variam consoante o país e o contrato. Em alguns casos o país de acolhimento discute o contrato; noutros casos são os investidores que o impõem.
Enquanto a discussão sobre este tema continua acesa, a concessão de terras no Congo - que garante 200 000 hectares a agricultores sul-africanos, com mais 10 milhões de hectares para contratos futuros -, parece marcar uma diferença para os contratos habituais que favorecem a aquisição de terra fértil pelas multinacionais. Este novo contrato sublinha a obrigação de se comprometerem com a agricultura comercial nestas terras para utilização doméstica, o que garante a segurança alimentar, mas também o facto de as boas colheitas poderem reduzir num ano a enorme dívida da República do Congo de 1970 para 40% do PIB.
Um elemento da ABSA AgriBusiness, líder no financiamento do sector agrícola, diz que os agricultores sul-africanos «são capazes de explorar a terra sem o apoio do governo, podem competir com os melhores ao nível do mercado mundial e até, apesar dos fracos recursos, terem lucro».

Ligação entre órgãos danificados e três Organismos Geneticamente Modificados (GMO)
Rady Ananda http://www.africafiles.org/database/www.countercurrents.org
Investigadores das Universidades de Caen e Rouen fizeram um estudo muito completo sobre os efeitos de organismos geneticamente modificados (GMO) na alimentação dos mamíferos e estabeleceram uma ligação entre órgãos danificados e o consumo de três variedades de milho produzidas pela Monsanto (Mon 810, Mon 863 e NK 603) e aprovadas para consumo nos EUA, na Europa e por diversas autoridades de segurança alimentar. Os dados «sublinham claramente impactos negativos nos rins e no fígado, órgãos que desintoxicam o organismo, bem como a outros níveis, no coração, nas glândulas adrenalinas, baço e sistema hematopoiético», afirma um especialista em biologia molecular da Universidade de Caen.

RDC - Um perito da ONU testemunha maus-tratos às crianças-soldados
http://www.reliefweb.int/rw/rwb.nsf/db900SID/EGUA-7ZGUCL?OpenDocument
As crianças não podem consentir na sua própria exploração, o que torna o uso de crianças na guerra «particularmente abusivo», afirmou um alto funcionário das Nações Unidas aquando do julgamento de um senhor da guerra congolês acusado de recrutar crianças soldado.

Armas e conflitos armados
http://levif.rnews.be/actualite/belgique/72-56-43860/fn-herstal--le-contrat-avec-la-libye-encore-malmene.html
Segundo um relatório belga, o governo valão terá ignorado o receio do governo federal em que a exportação de armas para a Líbia fosse uma violação dos direitos humanos. Em Outubro, o Supremo Tribunal belga suspendeu a licença de armas emitida pelo governo valão, citando os casos de violação aos direitos humanos na Líbia e o seu papel como eixo no tráfico de armas. A decisão do Tribunal chegou tarde demais para deter a exportação das armas. No entanto, há relatórios que mencionam que o governo valão emitiu uma nova licença para a exportação de armas para a Líbia apesar dos receios do governo federal a respeito dos direitos humanos.
http://levif.rnews.be/actualite/belgique/72-56-43860/fn-herstal--le-contrat-avec-la-libye-encore-malmene.html

Um relatório publicado pelo secretariado da Declaração de Genebra pretende ajudar os países em desenvolvimento a se empenharem numa abordagem de saúde pública de prevenção de ferimentos, especialmente em África. Eis algumas lições retiradas de projectos-piloto levados a cabo na RDCongo, Quénia, Nigéria, Uganda e Zâmbia: Compreender a violência: o papel dos sistemas de prevenção dos ferimentos em África.
www.genevadeclaration.org/fileadmin/docs/Geneva-Declaration-Injury-Surveillance-Systems-in-Africa.pdf

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