sábado, 26 de fevereiro de 2011

Bispos da África austral preocupados com a situação no Zimbabué


23/02/2011 | Fides
"Escrevemos aos líderes da SADC (South African Development Community) em um momento crítico na vida da nação do Zimbabué" - escrevem os Bispos de Angola, Botsuana, Lesoto, Namíbia, Moçambique, São Tome e Príncipe, África do Sul e Zimbabué, na conclusão de sua 9a Sessão Plenária.
Em um comunicado enviado à Agência Fides, os membros da IMBISA recordam "o importante papel desempenhado pela SADC ao facilitar o Global Political Agreement (GPA) que conduziu ao governo de unidade nacional". Fazem parte do governo de unidade nacional o partido do Presidente Robert Mugabe e o do Primeiro-ministro Morgan Tsvangirai. Este último é o principal opositor de Mugabe. O duro confronto político entre as duas partes gerou uma grave crise, à negociação do GPA e à formação do governo de unidade nacional. "Todavia, dois anos após a assinatura do acordo, estamos preocupados pela ausência de progressos significativos - escrevem os Bispos da IMBISA. Nem todos os aspectos do GPA foram respeitados no prazo estabelecido. Não obstante alguns progressos, constatamos que os cidadãos do Zimbabué continuam a sofrer com a extrema pobreza, altos níveis de desemprego, inadequados serviços de saúde e da instrução, carência de investimentos e de confiança na economia do país. Trata-se de uma forma de grave injustiça, considerando a riqueza da nação em proporção a seus recursos humanos e materiais".
Em 2011, estão previstas eleições presidenciais e parlamentares. A IMBISA se demonstra preocupada com as graves carências na preparação do pleito: a não completa atuação do GPA; os atrasos do processo de reforma constitucional ("não se sabe quando será o referendo sobre a nova Constituição"); as listas eleitorais não foram atualizadas; os fortes limites à liberdade de imprensa e de associação; o aumento das intimidações e das violências enquanto a campanha eleitoral se inicia. 46 pessoas foram presas enquanto assistiam vídeos dos protestos na Tunísia e no Egito, acusadas de preparar "atividades para subverter um governo legítimo".
Fonte: www.fides.org

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

44 milhões caíram no limiar da extrema pobreza devido à alta dos preços - Banco Mundial


Washington, 15 fev (Lusa) - A alta dos preços alimentares fez cair 44 milhões de pessoas no limiar da extrema pobreza, entre junho e dezembro, avançou hoje o Banco Mundial.
Para chegar a este dado, a instituição partiu das estatísticas sobre os rendimentos e as despesas domésticos nos países com rendimentos médios e baixos.
O limiar da extrema pobreza é definido por despesas de 1,25 dólares diários por pessoa.

© Elsa Resende, 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5igVK_1s-mdJxE0L6Uw0zm7eyj5wg?docId=12159002

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Assassinatos recentes ameaçam independência do Sudão


Bispo adverte sobre islamização do norte
YAMBIO, terça-feira, 8 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Uma religiosa de 37 anos de idade é apenas uma das vítimas dos recentes homicídios e sequestros ocorridos no Sudão do Sul, que ameaçam os esforços da nação africana recém-formada, disse o bispo de Tombura-Yambio.
Dom Hiiboro Kussala publicou uma carta aberta pedindo o fim da violência perpetrada pelo "Exército de Resistência do Senhor" (LRA) e pelo seu líder, Joseph Kony, informou Ajuda à Igreja que Sofre.
O prelado disse à agência de ajuda que, hoje, "a ameaça da crescente violência poderia afetar qualquer governo do Sul do Sudão, arruinando os recursos de uma nação jovem que se esforça para proteger seus cidadãos e evitar que outros sejam arrastados para a luta".
Em 7 de fevereiro, anunciou-se que, com 98% dos votos no referendo do Sul do Sudão, a população escolheu a independência do norte.
O atual presidente do Sudão, estabelecido em Cartum, Omar al-Bashir disse que aceitava os resultados oficiais da votação.
Portanto, o Sudão do Sul vai se tornar uma nova nação, o 54º dos estados independentes da África, seis anos após a assinatura do Comprehensive Peace Agreement, que pôs fim à guerra civil no Sudão.
Apesar disso, o arcebispo expressou sua preocupação de que a violência tenha "consequências devastadoras" nos esforços da região para se tornar uma nação independente.
Terror
"Cada dia que termina sem encontrar uma solução para o problema do LRA é outro dia de terror e pânico para os que vivem sob a ameaça constante de novos ataques", disse ele.
Dom Kussala disse que "o problema do LRA em nossas comunidades não encontrará uma solução definitiva enquanto Joseph Kony e outros líderes não estiverem prontos para deixar os bosques".
O bispo informou que "muitas das nossas crianças ainda estão nas mãos do LRA. Não sabemos se estão vivas ou mortas".
"Aqueles que escaparam do LRA estão física e mentalmente marcados pelo sofrimento pelo qual passaram e nunca voltarão a ser os mesmos."
O prelado disse à agência de ajuda que, entre as vítimas conhecidas dos assassinatos, encontra-se a Irmã Angelina, do Instituto St. Augustine, que foi assassinada no dia 17 de janeiro, enquanto viaja para levar ajuda médica aos refugiados do sul do Sudão.
Ele acrescentou que 9 pessoas foram mortas, 7 ficaram feridas e 17 foram sequestradas durante os ataques do LRA em sua diocese, de 22 a 25 de dezembro.
Desde então, a violência continua, disse o bispo, e no sábado passado, 8 pessoas foram torturadas até a morte em um vilarejo a 130 milhas de Tombura.
Mudanças políticas
Ajuda à Igreja que Sofre relatou que os cristãos, em particular, estavam sofrendo ameaças no norte do Sudão, devido às mudanças políticas vividas naquela região.
O bispo auxiliar, Daniel Adwok, de Cartum, advertiu que a região se tornaria menos tolerante com os não-muçulmanos.
"A declaração do presidente (al-Bashir,) várias semanas após a secessão (do sul), afirmava que ele tinha um plano progressivo por meio do qual o Norte se tornaria uma nação islâmica em sua religião e arábica em sua cultura."
O arcebispo continuou: "Até este momento, o governo do norte tem sido indulgente à implementação desta política por temor à secessão do sul, mas agora nada poderá detê-los".
"Agora, em alguns lugares, as pessoas (cristãs e não-cristãs) são interrogadas sobre o motivo pelo qual ainda moram no norte", disse o bispo.
"As pessoas que normalmente trabalham na agricultura têm relatado abusos por parte dos proprietários rurais. Essas pessoas não são bem pagas e, quando reclamam, são ameaçadas com armas."
O bispo disse que muitos cristãos têm migrado para o sul e em sua região pastoral de Kosti, o comparecimento à Missa caiu de 1.000 para 100 pessoas.