segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mudanças climáticas podem conduzir a uma fome sem precedentes


ROMA, segunda-feira, 9 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- O encontro das Nações Unidas sobre a mudança climática, que está agendado para dezembro em Copenhague (Dinamarca), deve estabelecer medidas urgentes sobre este tema para poder frear a fome global.

É o que indica a declaração Climate Change, Food Insecurity and Hunger (Mudança climática, insegurança alimentar e fome), firmada por Cáritas, FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura), OMS (Organização Mundial de Saúde), a Federação Internacional da Cruz Vermelha, Oxfam, World Vision e Save the Children.
A declaração afirma que a mudança climática está fazendo diminuir os esforços para acabar com a tragédia dos já mais de 1 bilhão de seres humanos que passam fome.
A falta de alimento mata três milhões e meio de pessoas todo ano, sobretudo crianças que vivem em países pobres.
Nas próximas décadas, o risco da fome e da desnutrição poderiam aumentar como nunca até agora.
Nas zonas áridas e semiáridas, os pastos podem-se reduzir entre 40% a 90%, enquanto que as áreas costeiras podem-se inundar ou perder sua idoneidade para a agricultura por causa da maior salinidade pelo aumento do nível do mar. Em 2050, a fome poderia aumentar entre 10% a 20% e a desnutrição infantil poderia quintuplicar.
Os responsáveis de meio ambiente dos governos irão se reunir na Dinamarca a partir de 7 de dezembro durante duas semanas, para alcançar um novo acordo sobre a mudança climática.
A reunião, adverte Cáritas, deve ser um primeiro passo para melhorar a produção alimentar, aumentar os sistemas de proteção e preparar medidas para evitar os desastres.
Neste contexto, a organização destaca alguns pontos chave para a reunião na Dinamarca, começando por recordar que a mudança climática multiplicará as ameaças à segurança alimentar.
Conseguir esta segurança, observa, “requer por um lado aumentos substanciais no âmbito da produção alimentar e, por outro, um maior acesso aos alimentos adequados e nutritivos e a capacidade de enfrentar os riscos representados pela mudança climática”.
Os governos, ademais, “devem receber ajuda para aumentar a produção de alimentos e o acesso aos mesmos, promovendo sistemas de proteção social e melhorando a capacidade de se preparar para os desastres e responder a eles, se houver”.
Falta ainda alentar os processos de desenvolvimento baseados na comunidade para que “os mais pobres e os mais vulneráveis possam construir vidas sustentáveis e sair da pobreza e da insegurança alimentar crônica”.
A comunidade humanitária, conclui Cáritas, deve estar preparada para “acontecimentos climáticos mais extremos” e enfrentar a situação de insegurança alimentar reforçando “tanto a prevenção da crise com a resposta a ela”.

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