Entrevista com o arcebispo de Tegucigalpa e presidente da Cáritas Internacional
QUERÉTARO, domingo, 1º de agosto de 2010 (ZENIT.org-El Observador) – Nesta entrevista, o cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa e presidente da Cáritas Internacional, compartilha com os leitores de
ZENIT-El Observador uma série de reflexões sobre a instituição de ajuda católica que ele preside, a justiça e o documento emitido pela Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada em Aparecida em 2007.
ZENIT: Caridade e globalização são compatíveis?
Cardeal Maradiaga: Não só compatíveis, mas a caridade tem de globalizar-se. Cristo nos deixou o amor ao próximo; João Paulo nos dizia que em um mundo onde só se globaliza a economia, é preciso globalizar a solidariedade e a maior demonstração de solidariedade é o amor.
ZENIT: Qual é a responsabilidade dos países desenvolvidos com relação aos subdesenvolvidos?
Cardeal Maradiaga: É a corresponsabilidade; isso deve ser um caminho de duas vias, dos países desenvolvidos aos subdesenvolvidos e vice-versa. Não se trata somente de ajudas humanitárias, como são chamadas por temor a dizer a palavra caridade; este conceito parece estar sendo desvalorizado. Nada mais distorcido. A primeira coisa que Bento XVI nos disse foi “Deus é amor” e não devemos ter complexos de inferioridade ao dar nome às coisas: a caridade é o cume do cristão, é o que de maior existe.
ZENIT: Como se unem as palavras “solidariedade” e “Evangelho”?
Cardeal Maradiaga: Já em si o Evangelho é solidariedade, é Palavra feita carne que vem fazer-se um de nós e se torna Boa Notícia, torna-se Evangelho. O Santo Padre, no primeiro volume sobre Jesus Cristo, dizia que o Reino de Deus não é um lugar, não são coisas; o Reino é uma pessoa, é o Senhor Jesus. Aí está tudo unido: solidariedade, caridade e Cristo.
ZENIT: Qual é a relação entre justiça e meio ambiente?
Cardeal Maradiaga: A campanha que se faz na Cáritas Internacional não é simplesmente ecológica, porque, em nome da ecologia, cai-se no ecologismo, que é uma ideologia a mais, muitas vezes pervertida em panteísmo, que inclusive se converte em anticristianismo. Na Cáritas, falamos de justiça com a criação, justiça com o ambiente. A cúpula de Copenhaga foi, tristemente, um fracasso, porque os grandes do mundo não querem se comprometer em sua responsabilidade com a criação.
Por isso, a Cáritas sustenta que não se trata somente de preocupar-se pelo ambiente; é justiça com a criação. Deus colocou a criação em nossas mãos não para sermos déspotas, nem para sermos abusadores, mas sim administradores. Não podemos herdar um mundo depredado; devemos herdar uma criação convenientemente administrada pela justiça.
ZENIT: Que papel os católicos devem desempenhar para que a justiça e a paz se abracem?
Cardeal Maradiaga: Em primeiro lugar, percebermos que a caridade não se opõe à justiça. O Papa Bento XVI, na primeira encíclica, fala-nos disso. Nos anos 70, quando todas as ideologias olhavam para o socialismo, diziam: “Não se deve dar por caridade o que corresponde por justiça”. Estavam erradas, porque a justiça e a caridade caminham juntas. Quando há justiça, chega a paz; não se pode construir a paz na injustiça; não se pode construir a paz no ódio.
ZENIT: Na sua experiência, os católicos têm consciência da dimensão social da Igreja?
Cardeal Maradiaga: Acho que a consciência existe, mas precisa ser educada. A comunidade cristã deve ser formada no que significa a dimensão social da caridade; é necessária esta instrução, porque as ideologias imperantes no mundo caminham no sentido contrário.
O próprio Santo Padre nos falou do individualismo, tendência contrária ao plano de Deus, que consiste em salvar-nos em comunidade, como Povo de Deus. Isso tem implicações sociais muito grandes; não se pode dizer que se ama a Deus a quem não vemos, se não amamos ao próximo, a quem vemos. Por isso, a Igreja nos deu o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, não como um livro a mais, mas como uma matéria pendente na vida de todos os batizados, que devemos interiorizar para praticar.
ZENIT: Como responder àqueles que qualificam as políticas da Cáritas de assistencialistas, entendendo por esta palavra o sentido mais negativo do conceito?
Cardeal Maradiaga: Os que falam de assistencialismo jamais deram sequer um centésimo para servir o próximo; pude comprovar isso: falam e desprezam, mas eles não colaboram. Uma pessoa que sabe o que é amar o próximo e servi-lo ainda que seja com uma pequena esmola, nunca falará de assistencialismo. Que continuem falando de assistencialismo os que nunca assistem sequer a si mesmos.
ZENIT: Qual é o papel do voluntariado dentro da Cáritas?
Cardeal Maradiaga: É central. A Cáritas não poderia existir sem o voluntariado, porque muitos entendem que a Cáritas é simplesmente acudir a emergências; essa é uma das funções, mas a função principal da Cáritas é educar cada cristão nas dimensões sociais do amor; mostrar que a pessoa não pode fechar-se em seu cristianismo de uma maneira individualista. Todos os programas educativos são de prioridade e todas as Cáritas têm programas de formação e de educação para os cristãos; o ideal é que todas as paróquias possam ter também sua pastoral social organizada, na qual a Cáritas participe.
ZENIT: Que características deve ter a Cáritas do século 21?
Cardeal Maradiaga: As mesmas que tem desde o começo, porque a Cáritas é amor e o amor não muda, só cresce. Agora temos de amar mais do que antes, porque nas coisas do dinheiro, quem tem muito dinheiro e dá muito dinheiro não fica sem nada; nas coisas do amor, quem tem muito e dá muito, cada dia tem mais.
O plano de Deus é que, frente à criação, sejamos administradores, frente a Deus sejamos filhos, frente ao próximo sejamos irmãos. O mundo vê Deus como um inimigo, vê o próximo como um adversário, vê a criação com sentido de exploração. Então, isso tem que mudar; devemos ser mais corresponsáveis, mais solidários, mais cheios de amor.
ZENIT: Em Aparecida se falou de uma mudança de época. Como o senhor vê, três anos depois, o convite à missão permanente?
Cardeal Maradiaga: A missão permanente vai caminhando, com diversas velocidades; em alguns lugares se dedicou o primeiro ano a estudar o documento e nesse passo vi progressos em muitas dioceses e também indiferença em outras. Há alguns que ainda não ficaram sabendo de Aparecida.
Eu gostaria de que todos nós sentíssemos essa necessidade de viver isso, porque é um documento precioso, nele vemos uma inspiração do Senhor. Já se fez um lançamento oficial da Missão Continental, que será um processo. Em alguns lugares, vai dando bons frutos e um deles é a corresponsabilidade entre as dioceses; não podemos pensar na diocese como algo rígido, onde ninguém pode se mover; as fronteiras do amor não são barreiras. Há mais consciência em nosso continente quanto a essa corresponsabilidade.
O projeto descansará basicamente no zelo pastoral dos bispos e dos sacerdotes, porque os leigos estão dispostos. Mas precisamos de que os pastores estejam repletos do coração de São Paulo: “Ai de mim se não evangelizar”.
ZENIT: Há um tema importante: a conversão pastoral...
Cardeal Maradiaga: Para mim, é uma das coisas geniais de Aparecida, porque coloca o dedo na ferida. Depois do Vaticano II, pegamos algumas coisas e permanecemos fazendo mais das mesmas coisas. Mas o Espírito Santo não trabalha assim. A primeira coisa que o Espírito Santo faz é desinstalar-nos; um sacerdote, em uma paróquia, fazendo mais da mesma coisa termina fazendo nada, porque esta mudança de época está nos pedindo coisas diferentes.
Aparecida enfatiza a formação na fé, ou seja, a catequese; nela encontramos uma das lacunas na pastoral. Em minhas paróquias, perguntei: “Como está a educação na fé?” E respondem: “O que é isso?”; outros dizem: “Não temos colégios católicos”.
Segundo a Igreja, o pároco é o primeiro responsável pela educação na fé dos seus fiéis e nos diz o diretório da catequese que deve ser a educação progressiva e sistemática da fé; isso não se cumpre; a catequese é esporádica e pré-sacramental; muitas vezes é tão elementar que encontramos catequistas que são pessoas ótimas e de boa vontade, mas dão uma preparação deficiente. Uma das linhas de conversão pastoral é que o pároco deve se sentir como o primeiro responsável pela formação dos seus fiéis. Ainda não há consciência disso.
ZENIT: Em muitos países, a Igreja se converteu em clientelar, não é verdade?
Cardeal Maradiaga: Todo o continente tem essa problemática; estamos esperando que venham a nós e cada vez chegam menos, porque não estão motivados. Já é hora de sair. Devemos levar o Senhor aos seus ambientes; aqui é onde encontramos um dos grandes defeitos da pastoral: não chegamos a evangelizar a política e os políticos, então, quando alguns – que se chamam bons cristãos – entram na política, a primeira coisa de que esquecem é do Evangelho.
Eu fundei uma universidade católica que agora tem 14 mil alunos. Com muitos esforços, fizemos uma faculdade de ciências políticas e ninguém se matriculou, porque não se considera que para ser político se requer formação; todos acreditam que precisam simplesmente saber todas as manhas. A disciplina pendente é formar autênticos políticos.
Não há muitos políticos dispostos a dar a vida pelo Reino mas há muitos que sucumbem frente ao dinheiro fácil. Quando se trata de perpetuar-se no poder, não importa se atropela-se uma constituição. Ainda estamos engatinhando frente à política do bem comum.
(Por Jaime Septién e Omar Arcega)
ZENIT: Caridade e globalização são compatíveis?
Cardeal Maradiaga: Não só compatíveis, mas a caridade tem de globalizar-se. Cristo nos deixou o amor ao próximo; João Paulo nos dizia que em um mundo onde só se globaliza a economia, é preciso globalizar a solidariedade e a maior demonstração de solidariedade é o amor.
ZENIT: Qual é a responsabilidade dos países desenvolvidos com relação aos subdesenvolvidos?
Cardeal Maradiaga: É a corresponsabilidade; isso deve ser um caminho de duas vias, dos países desenvolvidos aos subdesenvolvidos e vice-versa. Não se trata somente de ajudas humanitárias, como são chamadas por temor a dizer a palavra caridade; este conceito parece estar sendo desvalorizado. Nada mais distorcido. A primeira coisa que Bento XVI nos disse foi “Deus é amor” e não devemos ter complexos de inferioridade ao dar nome às coisas: a caridade é o cume do cristão, é o que de maior existe.
ZENIT: Como se unem as palavras “solidariedade” e “Evangelho”?
Cardeal Maradiaga: Já em si o Evangelho é solidariedade, é Palavra feita carne que vem fazer-se um de nós e se torna Boa Notícia, torna-se Evangelho. O Santo Padre, no primeiro volume sobre Jesus Cristo, dizia que o Reino de Deus não é um lugar, não são coisas; o Reino é uma pessoa, é o Senhor Jesus. Aí está tudo unido: solidariedade, caridade e Cristo.
ZENIT: Qual é a relação entre justiça e meio ambiente?
Cardeal Maradiaga: A campanha que se faz na Cáritas Internacional não é simplesmente ecológica, porque, em nome da ecologia, cai-se no ecologismo, que é uma ideologia a mais, muitas vezes pervertida em panteísmo, que inclusive se converte em anticristianismo. Na Cáritas, falamos de justiça com a criação, justiça com o ambiente. A cúpula de Copenhaga foi, tristemente, um fracasso, porque os grandes do mundo não querem se comprometer em sua responsabilidade com a criação.
Por isso, a Cáritas sustenta que não se trata somente de preocupar-se pelo ambiente; é justiça com a criação. Deus colocou a criação em nossas mãos não para sermos déspotas, nem para sermos abusadores, mas sim administradores. Não podemos herdar um mundo depredado; devemos herdar uma criação convenientemente administrada pela justiça.
ZENIT: Que papel os católicos devem desempenhar para que a justiça e a paz se abracem?
Cardeal Maradiaga: Em primeiro lugar, percebermos que a caridade não se opõe à justiça. O Papa Bento XVI, na primeira encíclica, fala-nos disso. Nos anos 70, quando todas as ideologias olhavam para o socialismo, diziam: “Não se deve dar por caridade o que corresponde por justiça”. Estavam erradas, porque a justiça e a caridade caminham juntas. Quando há justiça, chega a paz; não se pode construir a paz na injustiça; não se pode construir a paz no ódio.
ZENIT: Na sua experiência, os católicos têm consciência da dimensão social da Igreja?
Cardeal Maradiaga: Acho que a consciência existe, mas precisa ser educada. A comunidade cristã deve ser formada no que significa a dimensão social da caridade; é necessária esta instrução, porque as ideologias imperantes no mundo caminham no sentido contrário.
O próprio Santo Padre nos falou do individualismo, tendência contrária ao plano de Deus, que consiste em salvar-nos em comunidade, como Povo de Deus. Isso tem implicações sociais muito grandes; não se pode dizer que se ama a Deus a quem não vemos, se não amamos ao próximo, a quem vemos. Por isso, a Igreja nos deu o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, não como um livro a mais, mas como uma matéria pendente na vida de todos os batizados, que devemos interiorizar para praticar.
ZENIT: Como responder àqueles que qualificam as políticas da Cáritas de assistencialistas, entendendo por esta palavra o sentido mais negativo do conceito?
Cardeal Maradiaga: Os que falam de assistencialismo jamais deram sequer um centésimo para servir o próximo; pude comprovar isso: falam e desprezam, mas eles não colaboram. Uma pessoa que sabe o que é amar o próximo e servi-lo ainda que seja com uma pequena esmola, nunca falará de assistencialismo. Que continuem falando de assistencialismo os que nunca assistem sequer a si mesmos.
ZENIT: Qual é o papel do voluntariado dentro da Cáritas?
Cardeal Maradiaga: É central. A Cáritas não poderia existir sem o voluntariado, porque muitos entendem que a Cáritas é simplesmente acudir a emergências; essa é uma das funções, mas a função principal da Cáritas é educar cada cristão nas dimensões sociais do amor; mostrar que a pessoa não pode fechar-se em seu cristianismo de uma maneira individualista. Todos os programas educativos são de prioridade e todas as Cáritas têm programas de formação e de educação para os cristãos; o ideal é que todas as paróquias possam ter também sua pastoral social organizada, na qual a Cáritas participe.
ZENIT: Que características deve ter a Cáritas do século 21?
Cardeal Maradiaga: As mesmas que tem desde o começo, porque a Cáritas é amor e o amor não muda, só cresce. Agora temos de amar mais do que antes, porque nas coisas do dinheiro, quem tem muito dinheiro e dá muito dinheiro não fica sem nada; nas coisas do amor, quem tem muito e dá muito, cada dia tem mais.
O plano de Deus é que, frente à criação, sejamos administradores, frente a Deus sejamos filhos, frente ao próximo sejamos irmãos. O mundo vê Deus como um inimigo, vê o próximo como um adversário, vê a criação com sentido de exploração. Então, isso tem que mudar; devemos ser mais corresponsáveis, mais solidários, mais cheios de amor.
ZENIT: Em Aparecida se falou de uma mudança de época. Como o senhor vê, três anos depois, o convite à missão permanente?
Cardeal Maradiaga: A missão permanente vai caminhando, com diversas velocidades; em alguns lugares se dedicou o primeiro ano a estudar o documento e nesse passo vi progressos em muitas dioceses e também indiferença em outras. Há alguns que ainda não ficaram sabendo de Aparecida.
Eu gostaria de que todos nós sentíssemos essa necessidade de viver isso, porque é um documento precioso, nele vemos uma inspiração do Senhor. Já se fez um lançamento oficial da Missão Continental, que será um processo. Em alguns lugares, vai dando bons frutos e um deles é a corresponsabilidade entre as dioceses; não podemos pensar na diocese como algo rígido, onde ninguém pode se mover; as fronteiras do amor não são barreiras. Há mais consciência em nosso continente quanto a essa corresponsabilidade.
O projeto descansará basicamente no zelo pastoral dos bispos e dos sacerdotes, porque os leigos estão dispostos. Mas precisamos de que os pastores estejam repletos do coração de São Paulo: “Ai de mim se não evangelizar”.
ZENIT: Há um tema importante: a conversão pastoral...
Cardeal Maradiaga: Para mim, é uma das coisas geniais de Aparecida, porque coloca o dedo na ferida. Depois do Vaticano II, pegamos algumas coisas e permanecemos fazendo mais das mesmas coisas. Mas o Espírito Santo não trabalha assim. A primeira coisa que o Espírito Santo faz é desinstalar-nos; um sacerdote, em uma paróquia, fazendo mais da mesma coisa termina fazendo nada, porque esta mudança de época está nos pedindo coisas diferentes.
Aparecida enfatiza a formação na fé, ou seja, a catequese; nela encontramos uma das lacunas na pastoral. Em minhas paróquias, perguntei: “Como está a educação na fé?” E respondem: “O que é isso?”; outros dizem: “Não temos colégios católicos”.
Segundo a Igreja, o pároco é o primeiro responsável pela educação na fé dos seus fiéis e nos diz o diretório da catequese que deve ser a educação progressiva e sistemática da fé; isso não se cumpre; a catequese é esporádica e pré-sacramental; muitas vezes é tão elementar que encontramos catequistas que são pessoas ótimas e de boa vontade, mas dão uma preparação deficiente. Uma das linhas de conversão pastoral é que o pároco deve se sentir como o primeiro responsável pela formação dos seus fiéis. Ainda não há consciência disso.
ZENIT: Em muitos países, a Igreja se converteu em clientelar, não é verdade?
Cardeal Maradiaga: Todo o continente tem essa problemática; estamos esperando que venham a nós e cada vez chegam menos, porque não estão motivados. Já é hora de sair. Devemos levar o Senhor aos seus ambientes; aqui é onde encontramos um dos grandes defeitos da pastoral: não chegamos a evangelizar a política e os políticos, então, quando alguns – que se chamam bons cristãos – entram na política, a primeira coisa de que esquecem é do Evangelho.
Eu fundei uma universidade católica que agora tem 14 mil alunos. Com muitos esforços, fizemos uma faculdade de ciências políticas e ninguém se matriculou, porque não se considera que para ser político se requer formação; todos acreditam que precisam simplesmente saber todas as manhas. A disciplina pendente é formar autênticos políticos.
Não há muitos políticos dispostos a dar a vida pelo Reino mas há muitos que sucumbem frente ao dinheiro fácil. Quando se trata de perpetuar-se no poder, não importa se atropela-se uma constituição. Ainda estamos engatinhando frente à política do bem comum.
(Por Jaime Septién e Omar Arcega)
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