sábado, 14 de maio de 2011
Mais desenvolvimento para resolver conflitos no Norte de África
ROMA, sexta-feira, 13 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Vendo como se movem os rebeldes na Líbia, a pergunta é: "E depois, o que virá?". Isso não quer dizer que "vamos dar-lhes armas e que resolvam o seu problema", porque, "para resolver determinadas situações de conflito e injustiça, são necessários instrumentos muito diferentes em relação aos que temos agora". É necessário "superar a resposta imediata e trabalhar nas bases do desenvolvimento".
Estes são alguns dos pensamentos apresentados por Dom Mario Toso, durante a conferência de imprensa de apresentação, na sede do Conselho Pontifício "Justiça e Paz" - do qual ele é secretário -, do Congresso por ocasião do 50º aniversário da encíclica Mater et Magistra.
"A doutrina social da Igreja aborda o uso de instrumentos de paz: esta é a direção que a Igreja oferece a todos, aos leigos, aos líderes dos Estados. A estes últimos cabe avaliar quais são os instrumentos de paz e se são eficazes para alcançá-la", disse ele.
Com grande sinceridade, Dom Toso disse que a Igreja, como muitos, foi apanhada de surpresa pelos acontecimentos do Norte de África: "Quem poderia esperar que houvesse uma intervenção de alguns países europeus mesmo antes de uma resolução da ONU?".
"Nem sempre há tempo suficiente para analisar, refletir e para sair com pronunciamentos ponderados. Diante dos acontecimentos, uma declaração pode acabar sendo tardia, mas tampouco pode ser apressada."
Aprofundando-se neste ponto, afirmou que "não é tarefa da Igreja fazer pronunciamentos políticos". Ele lembrou que "a honra da Igreja e sua força é pregar Cristo, agir no nível das consciências, no âmbito pedagógico. E depois, a sua força se expressa através de leigos bem treinados, servindo em alguns lugares, nos parlamentos, para abordar estas questões. Há pessoas bem preparadas, mas às vezes se comprova que prevalecem as menos experientes".
Não se pode esquecer também de que existe a exigência de um clima político diferente. "Se muitos fogem dessa situação, não é por espírito de aventura, mas por necessidade, porque não se respeitam os direitos fundamentais, porque não há liberdade nem oportunidades de trabalho, nem tampouco possibilidades de participação."
Na Líbia, acrescentou que é necessário trabalhar em profundidade, e os meios de comunicação têm essa tarefa. Ajudar as pessoas a refletir sobre os compromissos para além da resposta imediata. "É preciso trabalhar nas bases do desenvolvimento."
Quanto às ondas massivas de imigrantes, disse que necessária "uma cooperação séria com os Estados mais pobres. A Gaudium et spes já dizia que é preciso ajudar os pobres a resolver seus próprios problemas".
"Por que vários movimentos não estão associados e não dão respostas, como buscar financiamento ou bolsas de estudo para formar os futuros líderes desses países?", concluiu Dom Toso.
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