Rede Fé e Justiça Europa - África tenta, junto das instituições europeias, diminuir desigualdades e favorecer desenvolvimento
Não é um trabalho fácil, mas necessário. A Rede Fé e Justiça Europa - África (AEFJN) não abdica da sua presença em Bruxelas, o centro de decisão europeu que cada vez mais influência a vida dos cidadãos europeus, mas também incide na vida de milhões de africanos. É precisamente com o objectivo de "inversão das políticas económicas em políticas de cooperação e desenvolvimento" atendendo à realidade dos países sub-desenvolvidos, que a AEFJN actua à escala europeia, explica à Agência ECCLESIA o Pe. José Augusto Leitão, representante da Rede em Portugal. Quando em 1988 a rede foi criada tinha já o objectivo de influenciar os locais de decisão. "Mas depende muito de quem está à frente e dos dossiers que se estão a tratar".
O lobby, ou pressão que se quer exercer, não é um trabalho fácil. "Existem muitos lobby's em sentido contrário com grande peso económico", explica.
O trabalho de pressão exercido pela AEFJN desenvolve-se junto do Conselho Europeu, dos comissários e do Parlamento Europeu e, é feito, geralmente "em colaboração com outras organizações que partilham objectivos".
O sacerdote lamenta uma "realidade difícil" porque as políticas económicas "têm maior peso e sobrepõem-se às políticas de desenvolvimento, em especial entre Europa e África".
No entanto, a presença nos centros de decisão "é importante", precisamente para "atacar as causas dos problemas e não apenas as consequências". O trabalho missionário integra em si o desenvolvimento integral das pessoas, explica o Pe. José Augusto. "Se não houver uma alteração de políticas que estão na causa do sub-desenvolvimento das populações do Sul, o trabalho fica-se pela assistência mas não se torna sustentado".
As área onde essencialmente a AEFJN trabalha estendem-se a acordos de parceria económica entre Europa e África, água potável, alterações climáticas, biocombustíveis. Apesar de "dossiers complicados", o poder de influência já se fez notar.
O Pe. José Augusto Leitão evidencia passos dados na "tomada de consciência dos governantes de situações que, a nível de negociação económica podem ser boas, mas que a nível global acarretam grandes problemas às populações mais frágeis".
Para além da formação, o sacerdote destaca uma "influência positiva das nossas campanhas" na nova directiva de energia, que manifesta uma "preocupação pelas alterações climáticas e as consequências nos países mais pobres". Também os acordos de parceria económica foram influenciados pela AEFJN, apesar de "o comissário que tratou das relações comerciais não estar em sintonia com o comissário responsável pelo desenvolvimento e cooperação".
"É difícil influenciar uma negociação quando dentro do próprio Conselho Europeu não havia coordenação".
O Pe. José Augusto Leitão lamenta o distanciamento entre pessoas e as instituições europeias, com uma notória incidência na fraca participação nas anteriores eleições para o Parlamento Europeu.
As pessoas não sentem mas "há uma grande influência na vida diária de todos os cidadãos". O PE tem um grande peso de influencia normativa e directiva das políticas nacionais.
O sacerdote sublinha a "consciência, quer seja a nível de Bruxelas ou a nível nacional, onde as várias antenas devem fazer lobby, de que vale a pena fazer as campanhas para que os governantes percebam as complicações globais que as decisões locais têm".
E frisa ainda que a educação para a participação política e social não pode ser detida pela burocracia.
"Não podemos lamentar a enorme burocracia. Temos sim de mobilizar a sociedade para se envolverem nas tomadas de decisão, que são globais".
Este é um trabalho de rede que podes nascer inclusivamente em Portugal. "Algumas iniciativas são nacionais e depois informamos Bruxelas", explica o sacerdote.
Regularmente a AEFJN em Portugal recebe informação através do «Fórum da Acção», que compila os principais temas em discussão e permite acompanhar a evolução da discussão.
Nacional Lígia Silveira 2009-06-03 13:52:40 5382 Caracteres Europa
Não é um trabalho fácil, mas necessário. A Rede Fé e Justiça Europa - África (AEFJN) não abdica da sua presença em Bruxelas, o centro de decisão europeu que cada vez mais influência a vida dos cidadãos europeus, mas também incide na vida de milhões de africanos. É precisamente com o objectivo de "inversão das políticas económicas em políticas de cooperação e desenvolvimento" atendendo à realidade dos países sub-desenvolvidos, que a AEFJN actua à escala europeia, explica à Agência ECCLESIA o Pe. José Augusto Leitão, representante da Rede em Portugal. Quando em 1988 a rede foi criada tinha já o objectivo de influenciar os locais de decisão. "Mas depende muito de quem está à frente e dos dossiers que se estão a tratar".
O lobby, ou pressão que se quer exercer, não é um trabalho fácil. "Existem muitos lobby's em sentido contrário com grande peso económico", explica.
O trabalho de pressão exercido pela AEFJN desenvolve-se junto do Conselho Europeu, dos comissários e do Parlamento Europeu e, é feito, geralmente "em colaboração com outras organizações que partilham objectivos".
O sacerdote lamenta uma "realidade difícil" porque as políticas económicas "têm maior peso e sobrepõem-se às políticas de desenvolvimento, em especial entre Europa e África".
No entanto, a presença nos centros de decisão "é importante", precisamente para "atacar as causas dos problemas e não apenas as consequências". O trabalho missionário integra em si o desenvolvimento integral das pessoas, explica o Pe. José Augusto. "Se não houver uma alteração de políticas que estão na causa do sub-desenvolvimento das populações do Sul, o trabalho fica-se pela assistência mas não se torna sustentado".
As área onde essencialmente a AEFJN trabalha estendem-se a acordos de parceria económica entre Europa e África, água potável, alterações climáticas, biocombustíveis. Apesar de "dossiers complicados", o poder de influência já se fez notar.
O Pe. José Augusto Leitão evidencia passos dados na "tomada de consciência dos governantes de situações que, a nível de negociação económica podem ser boas, mas que a nível global acarretam grandes problemas às populações mais frágeis".
Para além da formação, o sacerdote destaca uma "influência positiva das nossas campanhas" na nova directiva de energia, que manifesta uma "preocupação pelas alterações climáticas e as consequências nos países mais pobres". Também os acordos de parceria económica foram influenciados pela AEFJN, apesar de "o comissário que tratou das relações comerciais não estar em sintonia com o comissário responsável pelo desenvolvimento e cooperação".
"É difícil influenciar uma negociação quando dentro do próprio Conselho Europeu não havia coordenação".
O Pe. José Augusto Leitão lamenta o distanciamento entre pessoas e as instituições europeias, com uma notória incidência na fraca participação nas anteriores eleições para o Parlamento Europeu.
As pessoas não sentem mas "há uma grande influência na vida diária de todos os cidadãos". O PE tem um grande peso de influencia normativa e directiva das políticas nacionais.
O sacerdote sublinha a "consciência, quer seja a nível de Bruxelas ou a nível nacional, onde as várias antenas devem fazer lobby, de que vale a pena fazer as campanhas para que os governantes percebam as complicações globais que as decisões locais têm".
E frisa ainda que a educação para a participação política e social não pode ser detida pela burocracia.
"Não podemos lamentar a enorme burocracia. Temos sim de mobilizar a sociedade para se envolverem nas tomadas de decisão, que são globais".
Este é um trabalho de rede que podes nascer inclusivamente em Portugal. "Algumas iniciativas são nacionais e depois informamos Bruxelas", explica o sacerdote.
Regularmente a AEFJN em Portugal recebe informação através do «Fórum da Acção», que compila os principais temas em discussão e permite acompanhar a evolução da discussão.
Nacional Lígia Silveira 2009-06-03 13:52:40 5382 Caracteres Europa
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